sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

O Bairro de Valéria no Contexto da Mobilidade Urbana de Salvador

Após a conclusão das obras de mobilidade urbana que estão em curso em Salvador, o Bairro de Valéria terá uma posição de destaque em relação a proximidade com alguns destes empreendimentos, a exemplo da nova rodoviária de Salvador que ficará a apenas 5,5 Km do centro do bairro na Rua da Matriz. A nova rodoviária por sua vez será conectada à extensão da linha 01 do metrô e o corredor de ônibus da Linha Vermelha: junção da Estrada do Derba (BA-528), parte da Via Regional, Avenida 29 de Março (em construção) e a Avenida Orlando Gomes (já ampliada). A Linha Vermelha quando concluída deverá interligar o Subúrbio Ferroviário, nas proximidades da futura Estação de VLT São Luiz, à orla de Piatã, permitindo também um acesso rápido à linha 02 do metrô e à Avenida Paralela (ver mapa abaixo). Além disso, o bairro possui fácil acesso à BR-324, principal porta de entrada e saída de Salvador com os municípios da região metropolitana e o interior, o que poderá favorecer o surgimento de um novo vetor de crescimento para empreendimentos habitacionais e empresas no segmento de logística. 


quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Obra da nova rodoviária em Águas Claras custará R$ 100 milhões

Link da imagem: Amo a História de Salvador
O secretário da Casa Civil do governo do estado, Bruno Dauster, voltou a falar da mudança da atual rodoviária, na região do Iguatemi, para a região do bairro de Águas Claras (próximo ao bairro de Valéria). Em entrevista à Rádio Metrópole, na manhã desta segunda-feira (28), ele afirmou que a obras está orçada em R$ 100 milhões. "Aquele miolo da rodoviárias, do Iguatemi, do ponto de vista da racionalidade do sistema de transporte, temos que tirar ela dali. Vamos levar a rodoviária onde vai ficar o metrô de Águas Claras - Cajazeiras. Isso vai tirar o volume de tráfego das vias de circulação dentro de Salvador. Esse edital será lançado em janeiro. A obra está orçada em cerca de R$ 100 milhões e será feita por concessão", ressaltou Dauster. 

"Vamos disponibilizar para a concessionária a implantação de equipamentos no entorno da rodoviária. Imaginamos que a região de Águas Claras e Cajazeiras se transformará num dos principais polos empresariais de Salvador. Isso vai abrir um campo imenso para negócios na área de edificações para investidores, gerando empregos. O governador Rui Costa está cm uma obsessão de gerar empregos para a Bahia e para Salvador", disse. 

Fonte: Metro1 - Publicada em 28.11.16

sábado, 5 de novembro de 2016

Pólo de Logística em Valéria - Realidade ou Ilusão?

Foi prometido durante a campanha eleitoral do prefeito reeleito ACM Neto, para a sua próxima gestão (2017-2020), a construção de um Pólo de Logística no Bairro de Valéria. O bairro foi escolhido devido a sua condição singular de estar localizado às margens da BR-324 e na entrada de Salvador para quem acessa a metrópole por esta rodovia.

Promessa de campanha do programa de governo do prefeito reeleito ACM Neto

Embora o programa de governo do Prefeito ACM Neto não esteja mais disponível em sua página oficial de campanha, o documento ainda pode ser acessado através do portal da Folha/UOL através do endereço: http://piaui.folha.uol.com.br/lupa/wp-content/uploads/sites/24/2016/10/Programa-ACM-Neto.pdf

PDDU
A criação do pólo de logística em nosso bairro também é citada no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), este é um documento que deve balizar as ações governamentais dos representantes municipais nas próximas décadas.

Confira o mapa abaixo, o documento completo é disponibilizado para download em PDF na página da SEDUR (Secretaria de Desenvolvimento Urbano de Salvador): http://www.sucom.ba.gov.br/category/legislacoes/mapas-pddu-2016/


REALIDADE OU ILUSÃO?
Para um bairro do subúrbio, acostumado a receber muitas promessas ao longo de sua história (confira aqui), onde não há sequer uma creche municipal para os trabalhadores do bairro deixarem os seus filhos, a promessa de criar um pólo de logística soa como algo utópico. No entanto, sempre há uma expectativa de geração de empregos e atração de mais investimentos para o bairro de Valéria, nós moradores torcemos para que não seja apenas mais uma promessa de campanha, apenas uma ilusão.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Foto Antiga - Ônibus do Bairro de Valéria

Foto de antigo ônibus do bairro de Valéria, na região da Brasilgás, que fazia a linha Valéria / Terminal da França via Sete Portas. Essa era a única linha do bairro até meados da década de 1990.


Tem fotos interessantes do nosso bairro? Envie para blogdobairrodevaleria@gmail.com

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Valéria, um Sonho apenas de Progresso - Jornal da Bahia - 17.06.1973


Ilustração extraída do Jornal da Bahia, publicado em 17 de junho de 1973.

Valéria, lugar outrora orgulhoso pelo prenúncio do progresso acelerado, mais parece hoje uma pedra de gelo que se derrete sob a ação do tempo. O "Flor de Valéria", situado na rua da Matriz (a principal) perdeu o reboliço constante, a algazarra, as farras diárias dos homens vindos do trabalho na "capital". O período crítico de gradativa decadência afastou-os do lugar, assim como a escuridão monótona enxotou a meninada que brincava, à noite sobre o pedestal da cruz, defronte da igrejinha.
Dos cabelos grisalhos, óculos de lentes escuras, atrás das quais se escondem olhos negros, um velho morador lembra a década de 1920 quando o governador Antonio Aragão resolveu construir uma estrada ligando a capital à cidade de Feira de Santana, passando por Valéria. A movimentação era intensa, o comércio passou a crescer assustadoramente. O lugar prometia progresso. Muita gente chegava para residir ali.


SÓ UM SONHO
O tempo passava e com ele Valéria crescia. Certo dia a população foi surpreendida com a notícia de que a estrada de Feira iria deixar de passar ali. Foi o caos. Posta em prática essa medida o lugar estagnou, mas continuou de pé na esperança de receber melhoramentos de Lauro de Freitas, a quem pertencia. A Prefeitura Municipal de Lauro de Freitas instalou um posto de arrecadação, prefeitos eleitos puseram energia e colocaram cascalho na estrada já obsoleta.
Tudo ia muito bem, a esperança ainda reinava entre os moradores, até que no dia 26 de setembro de 1969 a Câmara dos Deputados aprovou projeto desligando Valéria do município de Lauro de Freitas e anexando-se à Prefeitura Municipal de Salvador, na condição de subúrbio. A íntegra do projeto foi publicada no Diário Oficial dois dias depois.
O chefe do Executivo de Lauro de Freitas, insatisfeito com a pretensão da Prefeitura de Salvador, recorreu ao Supremo Tribunal, continuando a receber as arrecadações de Valéria, sem contudo mover uma palha em seu benefício com medo de perder no recurso e ter que restituir toda a verba. Nem um lado nem o outro ajudava o lugarejo, que assistia impassível seu progresso esmorecer.


PALAVRAS SÃO PALAVRAS...
Valéria só foi entregue à Prefeitura de Salvador no mês de março desse ano pelo prefeito nomeado de Lauro de Freitas (esse município passou a integrar a área de segurança nacional). Um morador disse que o recurso do ex-chefe do Executivo de Lauro de Freitas ainda não foi julgado. Conta-se em Valéria que no dia 2 de setembro de 1970 o governador mandou armar um palanque no adro da pequenina igreja, subiu nele garbosamente, cerrou os punhos, ergueu os braços e fez uma centena de promessas, garantindo instalar um moderno sistema de abastecimento d'água, levar lâmpadas aos postes, posto médico, entre outras coisas.
Um fato interessante é que o governador chegou a afirmar, - segundo o dono da Barbearia São Jorge - que se não cumprisse com as promessas o povo poderia se reunir e publicar o fato na imprensa. Disse ainda o barbeiro que no ano passado um grupo de técnicos esteve fazendo um levantamento topográfico para instalação do serviço de abastecimento de água no mês de fevereiro desse ano. Entretanto nunca mais voltaram.


Valéria é realmente um subúrbio desprezado e esquecido, sendo - ao que se sabe - o pior e mais subdesenvolvido. Sua composição social iguala-se a pequenos distritos das cidades do rústico sertão baiano. As fábricas localizadas nas proximidades, principalmente no Centro Industrial de Aratu, assimilam boa parte da mão de obra local, mas é em Salvador que se encontra um maior número de pessoas trabalhando.
Esses últimos empregados, ao lado dos estudantes sofrem com a falta de transporte coletivo. A Empresa Ipiranga, única que faz a linha, coloca apenas dois ônibus no percurso. Em consequência disso, filas enormes se formam cujos passageiros esperam até três horas por um veículo. E o pior é que quando este chega, além de ser insuficiente, tem que ir até o CIA para então retornar a Salvador. Isso obriga muita gente a chegar atrasada no trabalho e perder aulas, além de outras obrigações.
Um estudante lamentou que estuda no Colégio Militar, mas nunca chega no horário, sendo que muitas vezes é obrigado a voltar porque o porteiro não o deixa entrar no estabelecimento naquele horário. Disse, inclusive, que sai do colégio antes das 18 horas e só consegue chegar a sua casa às 22 horas, por falta de transporte. Quando não encontra meios de ir para casa ele é forçado a dormir na casa de uma tia. "O negócio é que o último horário é 8h40m e quando lota o jeito é ficar" - salientou.
Comenta-se em Valéria que o secretário de Administração Municipal Fernando Fontes, esteve ali no dia 9 de março do ano passado e prometeu solucionar o problema da insuficiência de ônibus, dizendo que tomaria as providências no sentido de colocar outra empresa para fazer a linha. E até hoje...



ENSINO PRECÁRIO
Praticamente não há ensino em Valéria. As professoras deixam de ir dar aulas por falta de transporte, quando não chegam atrasadas no colégio. E há outra coisa: se a professora acha uma carona não vacila, arruma seus livros, dispensa os alunos e vai embora. O setor de saúde é pior ainda, um médico, só vai ali duas vezes por semana, atende no próprio carro, pois não há posto médico e quando chove ele nem lá aparece. O dentista também faz a mesma coisa, segundo os moradores. O povo está pensando em arranjar uma sala para servir de posto médico.
Em Valéria também não há policiamento, o que facilita a ação de ladrões e marginais. Hoje em dia ninguém se arrisca a sair à noite no subúrbio abandonado. Antes as crianças brincavam no pedestal da cruz; hoje não. As duas estradas que ligam o lugar a BR-324 estão praticamente intransitáveis, com crateras em toda sua extensão. Quando chove a lama acumula e quando faz sol a poeira se espalha. O governador também prometeu pavimentá-las.
Muita gente colocou placas anunciando estar disposta a vender sua casa, assim como lotes e granjas. Mas não adianta porque ninguém aparece para comprá-los. O Sr. Walfrido Gonçalves da Cruz, morador da rua Conde de Porto Alegre, 259 - 1° andar, no bairro do IAPI, disse que vende o metro quadrado dos seus cinco lotes a Cr$ 5,00. Ante toda essa situação, a população de Valéria não entende porque a Prefeitura de Salvador interessou-se tanto pelo lugar e o deixa ao abandono. Ninguém respondeu até hoje essa pergunta.

domingo, 30 de outubro de 2016

Valéria é o Bairro mais Alto de Salvador



A Rua São João cheira a biscoitos na maior parte do dia. Parte da história da via é contada pela fábrica que há 23 anos espalha o aroma pelas redondezas. “Só um segundo”, diz o funcionário Marcos Gonzales. Quando os portões se abrem e o porquê da nossa presença é explicado, o neto de Seu Zequinha, 75, dono da fábrica, levanta as sobrancelhas e retruca: “Oxe, aqui?! Eu achei que a rua mais alta de Salvador fosse em Brotas”.

A informação de que a rua, em Boca da Mata de Valéria, é o topo de Salvador é recebida com surpresa pelos moradores. A 117 metros de altitude, ela é o ponto mais alto da cidade - e supera em mais de 30 metros bairros como Brotas, Cabula ou Federação, recorrentemente considerados os bairros mais elevados, segundo dados da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder).

Na verdade, a maioria dos pontos mais altos da capital baiana está na região do Parque São Bartolomeu. Formada por chácaras, a Rua São João tem aparência de zona rural - chão de barro, pés de amêndoas, bananeiras, mangueiras e cavalos soltos. As cerca de dez casas, todas de apenas um pavimento, estão concentradas no início da rua e ladeadas por um eterno fluxo de água suja, fruto da ausência de rede de esgoto na via. A fábrica é o único estabelecimento comercial.

A sensação de viver no interior está também na boca dos moradores, que quando precisam de algo que não tem na região, dizem: “Vou para Salvador”. O ritmo de vida por ali poderia até ser definido como pacato, não fosse o medo da violência na região, que muitas vezes mantém os vizinhos dentro de casa.



HISTÓRIA

Sem saída, a rua é desconhecida até por geólogos que apostavam na Federação ou Cabula como pontos mais altos. Quando os carros chegam até ela, geralmente é por acidente. “Chega um pessoal às vezes aqui porque se perdeu. Quando chamam táxi então, é mais comum ainda”, conta o inspetor de fabricação, Félix Ferreira, 41 anos, donos de uma das chácaras e um dos moradores mais antigos.

Ele lembra que antes de ter as poucas casas, a rua era formada unicamente por chácaras, que ao longo do tempo foram vendidas ou invadidas. “Eu cresci nas chácaras, brincava com meus amigos debaixo do pé de amêndoas. Por elas, descia até a BR-324 sem medo”.

Segundo Ferreira, a área era procurada por ter terrenos mais baratos e ser afastada do centro. Hoje, a propriedade dele - a Chácara das Rosas - tem cerca de 700 m² e parte da família - mais de 15 pessoas - vive nela. Vizinho a Ferreira, vive a família de Evaldo dos Santos, 40, caseiro e morador da chácara número 6. Ele mora com a esposa, Lucineide dos Santos, 38, e quatro filhas. Há 18 anos, veio de Bonfim de Feira, distrito de Feira de Santana, para trabalhar no local.

Acostumados ao cultivo na terra, ao longo dos anos tentaram plantar na chácara, mas o relevo acidentado não permitiu o cultivo em hortas. “A gente plantava, mas a chuva levava tudo para baixo e perdíamos”, lembra Lucineide. Entre as plantações que vingaram, pés de banana, abacate, pitanga, jambo e caju. Eles também cuidam de sete cachorros e criam galinhas e periquitos.

SERVIÇOS EM BAIXA

Viver no local mais alto da capital vem acompanhado particularidades. O sinal de telefone de uma das operadoras é instável. A internet móvel não funciona bem. “Quando eu tinha o chip, me lembro de que só recebia o SMS dizendo que a pessoa tentou falar comigo, era estressante”, queixa-se, Laiane Ferreira, 18, uma das filhas de Evaldo.

O abastecimento de água encanada existe, mas a frequência varia. “Falta água. Já ficamos três semanas sem, mas temos um tanque grande que não nos deixa perceber”, justifica Evaldo. A mesma solução foi adotada na fábrica de biscoitos.

Para os moradores das casas, no entanto, ter uma bomba ou reservatório não é viável, devido aos custos do equipamento e da energia elétrica. A família de Thaís Barros, 22, sente os efeitos da irregularidade no fornecimento. “Todo dia a água vai embora mais ou menos umas 10h”, relata Thaís, que vive em uma das casas junto com três filhos e o marido, Reginaldo Cruz, 35 - que trabalha na fábrica de biscoito.

Em nota, a Embasa informou que o abastecimento é fornecido regularmente, mas que a presença de ligações irregulares ou de problemas na tubulação interna das casas interfere na distribuição.

VEJA OS BAIRROS MAIS ALTOS DE SALVADOR


Fonte: Correio

sábado, 29 de outubro de 2016

Terrenos na região de Águas Claras e Valéria estão se valorizando

Um terreno na BR-324, próximo ao bairro de Águas Claras, na periferia de Salvador, está custando, em média, até R$ 500 o metro quadrado. A área é uma das mais pobres em infra estrutura urbana em Salvador, mas o preço equivale a algumas áreas próximas à Avenida Paralela, onde pode-se encontrar terrenos cujo preço do metro quadrado varia de  R$ 425 a R$ 990, com forme os diversos anúncios do mercado imobiliário em Salvador. “É uma tendência do mercado imobiliário,que vai se definir nos próximos meses”, diz o presidente do Conselho Estadual dos Corretores de Imóveis da Bahia (Creci), Samuel Prado.

A valorização imobiliária em áreas próximas à BR-324, onde se incluem os bairros de Campinas de Pirajá, Águas Claras e Valéria, vem se acentuando nos últimos meses, ante as perspectivas das obras de mobilidade urbana em Salvador, como as avenidas 29 de março, a ligação Cajazeiras/BR-324/Valéria, e a ampliação da linha do metrô a partir da Estação Pirajá , que devem trazer junta  a construção da nova  Estação Rodoviária de Salvador, no bairro de Águas Claras, já a partir de 2018Samuel Prado explica, contudo, que quem está colocando imóveis à venda não pode se apressar, e estabelecer preços que fogem à realidade do mercado. “Não adianta aumentar o valor do imóvel se não houver quem esteja disposto a bancá-lo”, diz, lembrando que é preciso ficar atento ás características de construções definidas pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Salvador (PDDU), aprovado recentemente.

O novo PDDU estabelece que a região de Águas Claras e o entorno da BR-324 são destinadas a serviços. Conforme explicou recentemente a presidente da Fundação Mário Leal Ferreira, da Prefeitura de Salvador, Tânia Scofield, responsável pelo desenvolvimento do projeto. Além de Águas Claras, trechos da região da Avenida Paralela, entre o metrô e a Avenida 29 de março, terão as mesmas características.

Valorização – Nos anúncios imobiliários, por exemplo, é possível se encontrar  um terreno nas proximidades, com 105 mil metros quadrados, pelo valor de R$ 63 milhões, o que equivale a pouco mais de R$ 600 o metro quadrado. Na Avenida Paralela, próximo ao bairro do Trobogy, um outro anuncio mostra a venda de um terreno de  2 mil metros quadrados por R$ 3,950 milhões, com um custo de R$ 197 o metro quadrado, ou seja, três vezes menos que o equivalente na BR-324.

Conforme as últimas pesquisas de mercado imobiliário no País, com base nos dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), referentes a junho deste ano, o preço médio do metro quadrado em Salvador destinados a construções residenciais cresceu 0,88%, estando hoje R$ 8,7 mil para a região da Vitória, e R$ 5,34 mil para o Itaigara. A pesquisa, contudo, não estabelece parâmetros de preços para terrenos.

O presidente do Creci-BA, Samuel Prado chama a atenção para o que ele considera como valorização excessiva, o valor do metro quadrado que está sendo comercializado na região da BR-324. “Mesmo com as perspectivas das obras de mobilidade urbana, como o metrô, a Rodoviária e as novas avenidas, tem que se estar atento ao comportamento do mercado”, diz.

Neste local no bairro de Águas Claras ficarão: a Nova Rodoviária de Salvador, a Estação de Metrô da linha 01 e o Corredor de ônibus da Avenida 29 de Março / Linha Vermelha:



segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Valéria, um bairro esquecido pelo Poder Público




Pesquisar no Google pelo Bairro de Valéria, resultará em notícias que escancaram o drama que este bairro de Salvador vive hoje: a crescente violência no bairro. Trata-se de um bairro isolado, limitado a leste pela BR-324, a oeste pela Estrada da Base Naval e ao norte pelo Centro Industrial de Aratu. Sem interação urbana com os bairros vizinhos: possui linhas de ônibus exclusivamente próprias e não é nem subúrbio ferroviário e nem faz parte do grupo de bairros também periféricos que são associados as Cajazeiras/Fazenda Grande, enfim um bairro isolado e esquecido pelo poder público, apenas lembrado em período eleitoral devido ao seu contingente populacional.

Vamos aos fatos?

1) O Bairro de Valéria não possui creche municipal: as mulheres que precisam trabalhar não tem onde deixarem os seus filhos, a não ser pelo favor de parentes e amigos.

2) Apenas a rua principal do bairro (Rua da Matriz) e algumas poucas transversais possuem iluminação pública satisfatória. As áreas mais carentes do bairro: as localidades da Boca da Mata e da Nova Brasília possuem iluminação muito deficiente e com lâmpadas antigas (vapor de sódio), algumas ruas desta região sequer possuem rede de iluminação pública, não por acaso, estas regiões são as mais afetadas pelo drama da violência.

3) O transporte público, também merece um capítulo a parte: com a pseudo renovação da frota da Integra, os ônibus mais velhos da cidade e que sequer passaram por nova padronização foram deslocados para o bairro. É comum aguardar mais de 1h na espera de algumas linhas e a noite a frota é ainda mais reduzida.

4) Boa parte das ruas não dispõem de pavimentação asfáltica e calçadas. Esgotamento sanitário é um luxo apenas para os conjuntos habitacionais do bairro.

5) O Bairro de Valéria não possui delegacia de polícia. A que atende o bairro está localizada no Centro Industrial de Aratu no município de Simões Filho (8° Delegacia de Polícia Civil) em um local ermo sem ligação direta com o bairro de Valéria.

6) O único módulo policial do bairro localizado no Largo de Valéria na Rua da Matriz encontra-se completamente abandonado. O policiamento no bairro realizado pela 31° CIPM optou-se por se instalar em um conjunto habitacional conhecido como Derba, distante das áreas mais demandadas do ponto de vista policial.

7) É muito comum andar pelo bairro e não encontrar policiamento regular, principalmente aos finais de semana quando há maior incidência de crimes. As regiões da Boca da Mata de Valéria e da Nova Brasília de Valéria não possuem pontos fixos de policiamento e são as regiões mais carentes por este serviço público.

8) Não há incentivo à prática de esportes ou mesmo formação profissional para os jovens do bairro.

Qual o resultado disso?

O aumento da violência no bairro, o estigma de bairro violento, a baixa autoestima e o medo da violência por parte de seus moradores. A omissão do poder público, Prefeitura de Salvador e Governo do Estado, tem causado muitas vítimas no bairro.


Protesto por morte de morador - 24/10/2016:




domingo, 23 de outubro de 2016

Foto Antiga - Final de Linha

Bairro de Valéria - Conheça sua História



O Bairro de Valéria está situado à margem direita da rodovia BR-324, no sentido da Feira de Santana-Salvador. Trata-se do primeiro bairro da capital soteropolitana para quem acessa Salvador por esta rodovia e está localizado a 23 quilômetros do Centro.

O Bairro de Valéria teve sua origem a partir do desmatamento de três fazendas existentes na área onde hoje esta localizado o bairro, pertencentes as famílias tradicionais: Schindller, Temporal e Omaque, dando origem a loteamentos e invasões.

O primeiro loteamento oficial do bairro foi o do Temporal. Outros loteamentos invasões surgiram sem estrutura, sendo o mais recente o da fazenda Omaque, originando a localidade da Boca da Mata. Onde hoje temos a localidade de Nova Brasília, as terras eram propriedade do CIA-Centro Industrial de Aratu. Concluímos que o bairro é composto de conglomerados de loteamentos, destacando-se como os mais importantes: Derba, Boca da Mata, Nova Brasília e Lagoa da Paixão.

Ate o ano de 1969, o bairro fazia parte do município de Lauro de Freitas.

Graças a sua localização privilegiada do ponto de vista da logística, o bairro de Valéria abriga muitas empresas de transporte de cargas e algumas fábricas que geram emprego no bairro.